domingo, 30 de abril de 2017

Atividades em 02/05/2017

Espaço e Forma

Inicialmente, vamos desenvolver algumas atividades de exploração do espaço e das formas nele presentes:
Atividade 1
(Pró-letramento)

A figura abaixo ilustra a organização de uma possível sala de aula vista de cima:
Na figura, queremos localizar onde sentam alguns alunos, dispondo das seguintes informações:
João é o que senta mais longe da professora.
Ana senta em frente a mesa da professora.
André e Felipe sentam-se lado a lado.
Carlos senta-se longe de João e ao lado da janela.
Maria senta-se próxima à porta;
Joana senta-se à frente de João e bem próxima de Felipe;
Júlia senta-se atrás do Carlos;
Rosa e Pedro sentam-se em frente ao quadro, sendo que Rosa se senta mais perto da professora do que Pedro;
Sabendo que Camila se senta ao lado de João, onde se senta Fabiane?

Atividade 2
Como sair do Departamento de Educação do campus I da UNEB e chegar ao Shopping Bela Vista?

Atividade 3:
Pinte os ladrilhos:

A seguir, identifique as formas presentes e compare com os demais.

Atividade 4:
Veja a planificação de um cubo:

Você poderia fazer a planificação de alguns destes sólidos?




A importância do ensino da Geometria nos anos iniciais
(Pró-letramento)
 Os sentidos atribuídos ao ensino da Geometria nos anos iniciais do Ensino Fundamental, de um modo geral, estão vinculados a aplicação de fórmulas, a desenhos (em preto e branco) de figuras geométricas e a exploração de teoremas, constituindo-a como um conjunto de “verdades eternas” sem relações com a cultura dos estudantes. Talvez tais concepções estejam presentes entre nós pelo fato de a Geometria ter estado praticamente excluída de nossa trajetória escolar, ou então por ter sido pouco enfocada – ainda encontramos livros didáticos que exploram esta área apenas nos capítulos finais, gerando a noção de que é um estudo para “o final do ano letivo”, pouco relevante para a formação dos estudantes. Cabe assinalar que a Geometria ensinada nas escolas se sustenta, de um modo geral, na denominada “Geometria Euclidiana”, produzida pelo matemático grego Euclides (em 300 a.C., aproximadamente), o qual buscava sistematizar o saber geométrico através da enunciação de definições, postulados e axiomas para a dedução de teoremas. Este sistema constitui-se, então, no modelo capaz de gerar e classificar os saberes geométricos, os quais, uma vez “provados”, passam a ser considerados como “verdadeiros” e inquestionáveis. A Geometria escolar, baseada no modelo euclidiano, também passa a agregar conhecimentos tidos como universais e absolutos, como se preexistissem às culturas dos professores e estudantes. Outra característica marcante no ensino da Geometria, influenciada também pelo sistema euclidiano, é a linearidade. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), nesta direção, destacam que a concepção linear ainda está muito presente nas práticas pedagógicas desta área ao privilegiar o trabalho centrado na sequência: ponto, reta, linhas, figuras planas e, posteriormente, os sólidos geométricos. Tal sequência se contrapõe, geralmente, às experiências vivenciadas pelos estudantes na exploração do espaço em que vivem. Desde cedo, as crianças manipulam muitos objetos geométricos (como bolas, caixas, latas) e, posteriormente, centram sua atenção às figuras geométricas planas, vértices e arestas que os compõem, mostrando o quanto a sequência estipulada pela escola caminha na direção oposta à da vida. Buscando justamente romper com as marcas da linearidade e aridez que ainda caracterizam muitas práticas pedagógicas na área da Educação Matemática, principalmente na Geometria, enfatizamos a relevância de uma educação geométrica capaz de auxiliar nossos estudantes no entendimento do ambiente que os cerca, aguçando sua percepção para examinar e organizar o próprio espaço que habitam. Como enfatiza Fonseca et al. (2001), antes de frequentarem a escola, os estudantes já exploram o espaço e detêm um conhecimento sobre o mesmo – através de suas brincadeiras e da própria construção de brinquedos, de passeios realizados e também quando auxiliam seus familiares em alguma atividade de trabalho – cabendo a você, professor ou professora, ampliar e sistematizar estes saberes para que “a criança melhore sua percepção espacial, visual e tátil, identificando as características geométricas desse espaço, apreendendo as relações espaciais entre objetos nesse espaço” (IBIDEM, p. 47). Você, professor ou professora, poderia então se questionar: Por que ensinar Geometria nos anos iniciais do Ensino Fundamental? Qual é a relevância de uma educação geométrica? Para sinalizar algumas respostas, no sentido de aprofundarmos uma discussão e reflexão sobre nossas próprias práticas pedagógicas, acompanhamos Fonseca et al. (2001) quando problematizam tais questões. Para as autoras, além da dimensão utilitária como a resolução de problemas da vida cotidiana, o estudo da Geometria se torna importante também como meio de facilitar as percepções espaciais dos estudantes, contribuindo para uma melhor apreciação das construções e dos trabalhos artísticos, tanto dos seres humanos quanto da natureza. Finalizamos destacando a relevância de proporcionarmos práticas pedagógicas centradas no estudo e na exploração do ambiente que nos cerca, fazendo uso, então, de conhecimentos geométricos. Para isto, além de enfocarmos os saberes presentes nos livros didáticos, poderemos enfatizar, analisar e problematizar aqueles gerados pelos próprios estudantes e seus familiares nas diferentes práticas sociais que produzem e que envolvem noções geométricas. Desta forma, estaremos inserindo na escola, não só outros saberes matemáticos que enriquecem nossas práticas pedagógicas, mas, principalmente, elementos da cultura e da vida de nossos estudantes.

Geometria na escola
(Extraído de Toledo, M., Toledo, M. Didática de matemática: como dois e dois: a construção da matemática. São Paulo: FTD, 1997, pp. 226 - 227)
Desde a década de 1940, Jean Piaget desenvolveu pesquisas a respeito da interação da criança com a realidade que a cerca. Baseia-se nessas pesquisas a maioria dos conhecimentos que temos sobre como a criança constrói as noções de espaço e de figura geométrica, bem como suas propriedades e relações.
Segundo Piaget, as primeiras propriedades que a criança observa e consegue compreender são aquelas de natureza topológica, como dentro, fora, ao lado de, vizinho de, etc.
Por volta dos 5 ou 6 anos, a criança passa a observar as propriedades de natureza projetiva, como o que vem antes ou depois, o primeiro, o segundo ... o último, ao lado de e, mais tarde, aos 7 anos, aproximadamente, o que está entre, à direita ou à esquerda.
Ela não só reconhece a ordem em que se apresentam os objetos observados como também as formas dos objetos são agora mais definidas para ela (por exemplo, já se preocupa em representar como retas as linhas que são retas no objeto mostrado).
Essa etapa do seu desenvolvimento corresponde à fase em que a criança está saindo do egocentrismo e já é capaz de localizar um objeto em relação a outro, e não apenas em relação a si própria.
Somente a partir dos 9 ou 10 anos ela começa a se interessar pelas dimensões dos objetos, ou seja, pelas propriedades de natureza métrica, tais como comprimento dos lados, abertura dos ângulos de um polígono, etc.
Com base nessas pesquisa e fundamentada na ideia de currículo em espiral de Bruner, a proposta curricular da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (agora reforçada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais) apresenta uma sequência de trabalho que divide o curso de geometria no Ensino Fundamental em três períodos:
·         Familiarização com as figuras geométricas (planas e não planas);
·         Descoberta de propriedades;
·         Estabelecimento de relações (entre figuras e entre propriedades).
Quanto à preocupação sobre o que priorizar no trabalho inicial, lembremo-nos de que a criança já nasce em contato com o espaço e com as formas geométricas nele presentes. Assim, a exploração dessa realidade será nosso material didático – a sala de brincar (suas paredes, portas e janelas), os objetos que se encontram nela (“O que está em cima da mesa?”, “E atrás daquela porta?”, “E dentro do armário?”, bem como as primeiras noções de localização espacial (“O escorregador fica perto da minha cantina”, “Minha carteira fica longe da mesa da professora”, “Minha casa fica ao lado da padaria”).
Espaço e Forma segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais

Estudos sobre a construção do espaço pela criança destacam que a estruturação espacial se inicia, desde muito cedo, pela constituição de um sistema de coordenadas relativo ao seu próprio corpo. É a fase chamada egocêntrica, no sentido de que, para se orientar, a criança é incapaz de considerar qualquer outro elemento, que não o seu próprio corpo, como ponto de referência. Aos poucos, ela toma consciência de que os diferentes aspectos sob os quais os objetos se apresentam para ela são perfis de uma mesma coisa, ou seja, ela gradualmente toma consciência dos movimentos de seu próprio corpo, de seu deslocamento.
Essa capacidade de deslocar-se mentalmente e de perceber o espaço de diferentes pontos de vista são condições necessárias à coordenação espacial e nesse processo está a origem das noções de direção, sentido, distância, ângulo e muitas outras essenciais à construção do pensamento geométrico.
Num primeiro momento, o espaço se apresenta para a criança de forma essencialmente prática: ela constrói suas primeiras noções espaciais por meio dos sentidos e dos movimentos.
Esse espaço percebido pela criança — espaço perceptivo, em que o conhecimento dos objetos resulta de um contato direto com eles — lhe possibilitará a construção de um espaço representativo — em que ela é, por exemplo, capaz de evocar os objetos em sua ausência.
O ponto, a reta, o quadrado não pertencem ao espaço perceptivo. Podem ser concebidos de maneira ideal, mas rigorosamente não fazem parte desse espaço sensível. Pode-se então dizer que a Geometria parte do mundo sensível e o estrutura no mundo geométrico — dos volumes, das superfícies, das linhas e dos pontos.
A questão que se pode levantar, então, é: como passar de um espaço a outro?
É multiplicando suas experiências sobre os objetos do espaço em que vive que a criança aprenderá a construir uma rede de conhecimentos relativos à localização, à orientação, que lhe permitirá penetrar no domínio da representação dos objetos e, assim, distanciar-se do espaço sensorial ou físico. É o aspecto experimental que colocará em relação esses dois espaços: o sensível e o geométrico. De um lado, a experimentação permite agir, antecipar, ver, explicar o que se passa no espaço sensível, e, de outro, possibilita o trabalho sobre as representações dos objetos do espaço geométrico e, assim, desprender-se da manipulação dos objetos reais para raciocinar sobre representações mentais.
A localização é apontada como um fator fundamental de apreensão do espaço e está ligada inicialmente à necessidade de levar em conta a orientação. Para orientar-se no espaço é preciso começar por se orientar a partir de seu próprio corpo. O conhecimento do corpo procede do conhecimento do espaço e, ao mesmo tempo, o torna possível.
No primeiro ciclo, é fundamental propor atividades para que o aluno seja estimulado a progredir na capacidade de estabelecer pontos de referência em seu entorno, para efeito de localização.
Isso pode ser feito por meio de atividades em que o aluno se situe no espaço, desloque-se nele, dê e receba instruções de localização, compreenda e utilize termos como esquerda, direita, giro, distância, deslocamento, acima, abaixo, ao lado, na frente, atrás, perto.
Outro trabalho rico que deve ser explorado é o de construção de itinerários, a partir de instruções dadas. É interessante que os alunos relatem oralmente como é o trajeto do lugar onde moram até a escola, desenhem o itinerário que fazem, sempre dando pontos de referência.
No segundo ciclo, o trabalho de localização pode ser aprofundado por meio de atividades que mostram a possibilidade de utilizarem-se malhas, diagramas, tabelas e mapas.
O estudo do espaço na escola pode ser feito a partir de atividades que tenham a ver com outras áreas, como a Geografia, a Astronomia, a Educação Física e a Arte.
Com relação às formas, experiências mostram que as crianças discriminam algumas formas geométricas bem mais cedo do que as reproduzem.
O pensamento geométrico desenvolve-se inicialmente pela visualização: as crianças conhecem o espaço como algo que existe ao redor delas. As figuras geométricas são reconhecidas por suas formas, por sua aparência física, em sua totalidade, e não por suas partes ou propriedades.
Por meio da observação e experimentação elas começam a discernir as características de uma figura, e a usar as propriedades para conceituar classes de formas.
Os objetos que povoam o espaço são a fonte principal do trabalho de exploração das formas.
O aluno deve ser incentivado, por exemplo, a identificar posições relativas dos objetos, a reconhecer no seu entorno e nos objetos que nele se encontram formas distintas, tridimensionais e bidimensionais, planas e não planas, a fazer construções, modelos ou desenhos do espaço (de diferentes pontos de vista) e descrevê-los.
Um trabalho constante de observação e construção das formas é que levará o aluno a perceber semelhanças e diferenças entre elas. Para tanto, diferentes atividades podem ser realizadas: compor e decompor figuras, perceber a simetria como característica de algumas figuras e não de outras, etc.
Dessa exploração resultará o reconhecimento de figuras tridimensionais (como cubos, paralelepípedos, esferas, cilindros, cones, pirâmides, etc.) e bidimensionais (como quadrados, retângulos, círculos, triângulos, pentágonos, etc.) e a identificação de suas propriedades.
Uma das possibilidades mais fascinantes do ensino de Geometria consiste em levar o aluno a perceber e valorizar sua presença em elementos da natureza e em criações do homem. Isso pode ocorrer por meio de atividades em que ele possa explorar formas como as de flores, elementos marinhos, casa de abelha, teia de aranha, ou formas em obras de arte, esculturas, pinturas, arquitetura, ou ainda em desenhos feitos em tecidos, vasos, papéis decorativos, mosaicos, pisos, etc.
As atividades geométricas podem contribuir também para o desenvolvimento de procedimentos de estimativa visual, seja de comprimentos, ângulos ou outras propriedades métricas das figuras, sem usar instrumentos de desenho ou de medida. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio de trabalhos com dobraduras, recortes, espelhos, empilhamentos, ou pela modelagem de formas em argila ou massa.
Construir maquetes e descrever o que nelas está sendo representado é também uma atividade muito importante, especialmente no sentido de dar ao professor uma visão do domínio geométrico de seus alunos.
O uso de alguns softwares disponíveis também é uma forma de levar o aluno a raciocinar geometricamente.



segunda-feira, 24 de abril de 2017

Atividade em 25 de abril de 2017

Tratamento da Informação e Matemática
(Pró-letramento Matemática)

O Tratamento da Informação é um dos blocos de conteúdos propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Assim, a Estatística, que é um ramo da Matemática Aplicada, está diretamente relacionada ao ensino de matemática no Ensino Fundamental inclusive para as séries iniciais.
Sabe-se que fenômenos e acontecimentos podem ser observados e descritos de várias maneiras.
Conforme Nazareth (2003), “para tal, necessitamos de meios de comunicação claros, sintéticos, objetivos”. Sendo assim, a estatística serve de ferramenta fundamental para compreendermos tantas informações presentes no nosso dia-a-dia.
A palavra Estatística deriva de “status” (estado em latim) e, em conformidade com Costa (2005), “sob essa palavra acumularam-se descrições e dados relativos ao estado. A Estatística, nas mãos dos estadistas, constitui-se verdadeira ferramenta administrativa”. Costa (2005) ainda menciona que, embora a palavra Estatística não existisse há 3.000 anos a.C., já se faziam censos na Babilônia, China e Egito. Na Bíblia, por exemplo, pode-se observar menções às aplicações estatísticas: Maria e José fugiram para Belém durante a realização de um censo, na época do imperador César Augusto.
Concomitante à evolução da humanidade, vem a necessidade da investigação de fenômenos não apenas sociais, mas políticos, econômicos, financeiros e outros mais. Assim a Estatística apresenta-se como um método ou uma ferramenta auxiliar no estudo desses fenômenos.
A Estatística destacou-se na Inglaterra no século XVII, a partir das tábuas de mortalidade, a dita Aritmética Política, de John Graunt. Seu trabalho consistiu de exaustivas análises de nascimentos e mortes. Foi somente por volta da metade do século XVIII que a palavra Estatística foi mencionada pela primeira vez pelo acadêmico alemão Gottfried Achenwall.  (COSTA, 2005, p.5)
Hoje pode-se contemplar a Estatística em três áreas: Descritiva, Probabilidade e Inferência. A Estatística Descritiva é a que usa números para descrever fatos e compreende a organização, o resumo e, de modo geral, a simplificação de informações. A Probabilidade enquadra-se nas situações que envolvem o acaso. Por exemplo: jogos de dados e de cartas e o lançamento de uma moeda para o ar. A maioria dos jogos esportivos também é influenciada pelo acaso até certo ponto, assim como a decisão de imunizar pessoas com mais de sessenta anos contra determinada doença e a decisão de arriscar-se a atravessar uma rua no meio do quarteirão; etc. Já a Inferência diz respeito à análise e interpretação de dados de uma amostra (parte selecionada de toda a população em determinada pesquisa). Esses dados são os obtidos a partir da Estatística Descritiva. Essas três áreas da Estatística não são separadas ou diferentes. Ao contrário, elas tendem a se entrelaçar.
Pelo fato de que atualmente é muito frequente a apresentação das informações fornecidas pelos meios de comunicação por meio de dados estatísticos organizados em tabelas, gráficos, medidas espaciais etc., é imprescindível o tratamento da Estatística também na Matemática do Ensino Fundamental, de forma que os alunos tenham maiores oportunidades de analisar o mundo a sua volta com criticidade e autonomia.

Um Olhar Sobre os Conteúdos Propostos no Tratamento da Informação

Combinatória
Combinatória é a possibilidade de combinar objetos, permitindo a contagem dos mesmos, agrupados por determinadas características. Por exemplo: ao nos vestirmos, combinamos calças e camisas que têm características diferentes. Se tivermos três camisas e duas calças quantas são as possibilidades de combiná-las?

Ana saiu para tomar sorvete. Ela quer tomar duas bolas de sorvete de sabores diferentes. A sorveteria tem cinco sabores: chocolate, morango, flocos, coco e maracujá. Quantas são as opções que Ana tem para escolher?

Probabilidade
As probabilidades são utilizadas para exprimir a chance de ocorrência de determinado evento. Por exemplo: quando um meteorologista afirma que há uma chance de 70% de chover ou um comentarista de futebol afirma que há 20% de chance de um determinado time vencer um campeonato.

Daniel apostou com Flávio que ao jogar um dado obteria um número maior que três. Quais são as chances de Daniel ganhar a aposta?

Estatística
Ao aprofundarmos o tema Tratamento da Informação, somos envolvidos por uma terminologia própria da Estatística. Assim, propomos uma aventura às terminologias da Estatística, ao mesmo tempo em que possibilitaremos a visualização do trabalho de sala de aula.
Estatística é coleta, apresentação, análise e interpretação de dados numéricos.
Exemplos de dados estatísticos:
· Quantidade de alunos por sala de aula em uma escola.
· Tempo de escolaridade da população brasileira.
· Período de alfabetização dos alunos de uma determinada escola.


Como podemos começar uma pesquisa estatística? 

Definindo a População e a Amostra
Se o nosso objetivo é saber qual é a matéria preferida entre os alunos de uma classe podemos perguntar a todos pois se trata de poucos indivíduos, isto é, a população em questão é pequena.
A população, nesse caso, é formada por todos os alunos da classe. No entanto, se quisermos saber qual a preferência eleitoral do nosso município, fica inviável perguntar a todos os eleitores. Nesse caso toma-se uma amostra: um grupo de eleitores que, consultado, indica o resultado mais próximo possível da realidade.
É comum aparecer nas publicações o número de pessoas pesquisadas, pois a escolha da amostra (quantos e quais eleitores) é fundamental para a confiabilidade do resultado.

Possibilidades de pesquisas: Lazer preferido da população da região, esporte mais praticado na região, produtos da cesta básica mais consumidos, merenda escolar de que mais gostam.

Agora é sua vez: Elabore várias situações de pesquisa de forma que, em algumas seja utilizada a população e em outras, a amostra da população.


Verificando “As Variáveis”

As variáveis podem ser qualitativas ou quantitativas.
As variáveis qualitativas exprimem qualidades ou atributos. Por exemplo: cor de cabelo, esporte favorito.
As variáveis quantitativas exprimem contagem; os valores tomados são numéricos.

A partir das situações de pesquisa elaboradas por você na tarefa anterior, verifique quais possuem variáveis qualitativas e quais possuem variáveis quantitativas.

Representação dos dados estatísticos

Depois de colhidos os dados necessários à pesquisa, convém os organizarmos de maneira prática e racional para melhor entendimento do fenômeno que está sendo estudado. Esta organização se dá por meio de tabelas e gráficos.

Tabelas
As tabelas contêm um conjunto de informações (observações) em um quadro.



A construção das tabelas deve obedecer à Resolução nº 886, de 26 de outubro de 1966, do
Conselho Nacional de Estatística.
Numa tabela, há alguns elementos importantes:
Cabeçalho: Ele fornece informações sobre o que está sendo apresentado. Deve conter o suficiente para responder às questões: O quê? Onde? Quando?;
Corpo: São as colunas e subcolunas onde estão contidos os dados;
Rodapé: Reservado para observações pertinentes, como por exemplo, a fonte dos dados.

As tabelas ainda são classificadas como:
Série Cronológica, Temporal, Evolutiva ou Histórica: Os dados são observados segundo uma linha de tempo;
Série Geográfica ou de Localização: Observação dos dados segundo uma determinada localidade;
Série Específica: Nestas tabelas, os dados se agrupam segundo uma modalidade de ocorrência;
Distribuição de Frequências: Os dados são dispostos com suas respectivas frequências absolutas.
A tabela mostrada anteriormente é do tipo cronológica.
As tabelas auxiliam muito na representação e interpretação dos dados. No entanto, se esta contém muita informação, pode tomar um bom tempo para seu entendimento. Para evitar essa complicação podemos organizar as informações de gráficos conforme veremos à frente.

Imaginemos a seguinte situação:

João, um senhor de idade avançada, possui um carrinho de lanches e trabalha nos finais de semana próximo à sua residência, complementando sua renda familiar. Durante um período resolveu anotar suas vendas para verificar a preferência de seus clientes. Suas anotações ficaram assim: no mês de março vendeu 310 cachorros-quentes, 205 hambúrgueres e 227 churrasquinhos. No mês de abril vendeu 282 cachorros-quentes, 124 hambúrgueres e 191 churrasquinhos. Seguindo a anotação, encontramos para o mês de maio as seguintes vendas: 131 cachorros-quentes, 104 hambúrgueres e 134 churrasquinhos.

A forma como se encontram as informações sobre a venda dos lanches está de fácil visualização? E se construirmos uma tabela? Vamos verificar?

Venda de lanches do Sr. João



Vejamos as propostas de leitura das informações:
a) Quantos cachorros-quentes foram vendidos?
b) Quantos hambúrgueres foram vendidos?
c) Qual o total de lanches vendidos?
d) Qual foi o mês de maior venda de lanche?
e) Qual foi o mês de menor venda de lanches?
É mais fácil para o aluno fazer a leitura das informações no texto ou nas informações organizadas em forma de uma tabela?
Além das perguntas feitas acima, temos possibilidade de trabalhar outras leituras, como: O que está acontecendo com a venda dos lanches? Por que as vendas estão reduzindo? Será que estão reduzindo porque o lanche não está agradando ou porque o período de Verão está encerrando?
Podemos trabalhar ainda com a probabilidade de resultados, com operações de números naturais. Podemos planejar outras situações de trabalho envolvendo as famílias da comunidade escolar. É preciso discutir os resultados e levantar hipóteses para solucionar os problemas detectados nas informações coletadas.

Gráficos

Forma rápida e objetiva de apresentar e analisar dados.
Os gráficos estatísticos utilizam-se de recursos visuais, possibilitando ao leitor um entendimento imediato.
Existem várias formas de representar graficamente uma pesquisa estatística. Essas formas serão apresentadas abaixo:

Gráficos de Barras

Os gráficos em barras (verticais ou horizontais) são usados, em sua maioria, para comparar diferentes variáveis ou diferentes valores de uma mesma variável. A seguir, um exemplo.




Gráficos de Segmentos 

O gráfico em segmentos é indicado para representar crescimento, decrescimento ou estabilidade de uma determinada variável. O comportamento dessa variável é facilmente observado nesse tipo de representação.


Gráficos de Setores 

O gráfico de setores evidencia apenas uma variável, onde o leitor tem a visão de toda a população e os percentuais que essa variável apresenta.




A expectativa de vida brasileira
No campo da demografia, o Brasil se aproxima dos países desenvolvidos nos seguintes aspectos: a população fica proporcionalmente mais velha à medida que diminuem a taxa de natalidade. Além disso, aumenta a longevidade dos indivíduos.
Observe e analise o gráfico que mostra a esperança de vida do brasileiro.
a) A esperança de vida do brasileiro entre 1994 e 2002 diminuiu, aumentou ou manteve-se estável?
Justifique sua resposta.
b) Em que ano a esperança de vida do brasileiro ultrapassou 68 anos?
c) Em quantos anos aumentou a esperança de vida do brasileiro entre 1994 e
2002?
d) Formule algumas hipóteses que possam justificar esse aumento da
esperança de vida ao nascer do brasileiro.
e) A partir das informações contidas no gráfico elabore problemas envolvendo os dados numéricos.


Medidas de tendência central

A partir dos resultados numéricos obtidos em uma pesquisa, é possível estabelecer valores, usando critérios estatísticos, que sumarizem os resultados obtidos.
Exemplo: Cada dia, sempre no mesmo horário, um instituto de meteorologia verifica a temperatura ambiente. Após um mês, esse instituto pode aplicar a ideia de média aritmética para atribuir um único valor de temperaturas àquele mês. Este valor é chamado de temperatura média mensal e se constitui em um exemplo de medida de tendência central.
Entre essas medidas encontramos a média aritmética, a mediana e a moda. Porém, trabalharemos apenas com a média aritmética, pois é de simples compreensão e de grande utilização no cotidiano.
Por exemplo, se considerarmos que as alturas de quatro alunos de uma turma sejam 135cm, 140cm, 141cm e 142cm, pode-se calcular a altura média desses alunos! Como fazer isso? Basta somarmos as alturas e dividirmos o resultado por quatro. Assim, temos que a média é
(135+140+141+142)/4 = 558/4 = 139,5cm.
Isso significa que se todos os alunos pudessem ter a mesma altura, ela seria 139,5cm.
Pode-se então definir a média como a divisão entre a soma de todos os elementos a serem considerados e a quantidade desses elementos.
Um lojista fez um levantamento de quanto ele lucrou por dia durante uma semana.
Quanto, em média, ganhou este lojista?
· No 1º dia o lucro foi de R$ 100,00
· No 2º dia o lucro foi de R$ 150,00
· No 3º dia o lucro foi de R$ 120,00
· No 4º dia o lucro foi de R$ 130,00
· No 5º dia o lucro foi de R$ 100,00
· No 6º dia o lucro foi de R$ 150,00

Sugestões de Atividades de Tabelas e Gráficos
1) Levantar dados e representá-los em uma tabela são ações que costumam despertar o interesse dos alunos. Assim, a partir de uma pergunta como: “Qual sua brincadeira favorita?”, pode-se organizar uma pesquisa de opinião na sala de aula e as respostas obtidas são registradas em uma tabela.
Primeiro coloca-se na mesa da professora pequenos cartazes com o nome das brincadeiras preferidas.
Depois, distribui-se entre os alunos caixinhas de fósforo vazias. Cada um deverá colocar sua caixinha no lugar referente à brincadeira preferida.




Assim, as crianças podem organizar o gráfico no caderno, sob a orientação do professor.

Brincadeiras Favoritas da Turma A



Com a tabela pronta, fica fácil construir um gráfico...

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Atividades em 11/04/2017

MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO: SIGNIFICADOS
(Parâmetros Curriculares Nacionais) 

Uma abordagem frequente no trabalho com a multiplicação é o estabelecimento de uma relação entre ela e a adição. Nesse caso, a multiplicação é apresentada como um caso particular da adição porque as parcelas envolvidas são todas iguais. Por exemplo:
·         Tenho que tomar 4 comprimidos por dia, durante 5 dias. Quantos comprimidos preciso comprar?
A essa situação associa-se a escrita 5 x 4, na qual o 4 é interpretado como o número que se repete e o 5 como o número que indica a quantidade de repetições.
Ou seja, tal escrita apresenta-se como uma forma abreviada da escrita
4 + 4 + 4 + 4 + 4.
A partir dessa interpretação, definem-se papéis diferentes para o multiplicando (o número que se repete) e para o multiplicador (o número de repetições), não sendo possível tomar um pelo outro. No exemplo dado, não se pode tomar o número de comprimidos pelo número de dias. Saber distinguir o valor que se repete do número de repetições é um aspecto importante para a resolução de situações como esta.
No entanto, essa abordagem não é suficiente para que os alunos compreendam e resolvam outras situações relacionadas à multiplicação, mas apenas aquelas que são essencialmente situações aditivas.
Além disso, ela provoca uma ambiguidade em relação à comutatividade da multiplicação.
Embora, matematicamente, a x b = b x a, no contexto de situações como a que foi analisada (dos comprimidos) isso não ocorre.
Assim como no caso da adição e da subtração, destaca-se a importância de um trabalho conjunto de problemas que explorem a multiplicação e a divisão, uma vez que há estreitas conexões entre as situações que os envolvem e a necessidade de trabalhar essas operações com base em um campo mais amplo de significados do que tem sido usualmente realizado.
Dentre as situações relacionadas à multiplicação e à divisão, a serem exploradas nestes dois ciclos, podem-se destacar, para efeito de análise e sem qualquer hierarquização, quatro grupos:
Num primeiro grupo, estão as situações associadas ao que se poderia denominar multiplicação comparativa.
Exemplos:
·         Pedro tem R$ 5,00 e Lia tem o dobro dessa quantia. Quanto tem Lia?
·         Marta tem 4 selos e João tem 5 vezes mais selos que ela. Quantos selos tem João?
A partir dessas situações de multiplicação comparativa é possível formular situações que envolvem a divisão. Exemplo:
·         Lia tem R$ 10,00. Sabendo que ela tem o dobro da quantia de Pedro, quanto tem Pedro?
Num segundo grupo, estão as situações associadas à comparação entre razões, que, portanto, envolvem a ideia de proporcionalidade.
Os problemas que envolvem essa ideia são muito frequentes nas situações cotidianas e, por isso, são mais bem compreendidos pelos alunos.
Exemplos:
·         Marta vai comprar três pacotes de chocolate. Cada pacote custa R$ 8,00. Quanto ela vai pagar pelos três pacotes? (A ideia de proporcionalidade está presente: 1 está para 8, assim como 3 está para 24.)
·         Dois abacaxis custam R$ 2,50. Quanto pagarei por 4 desses abacaxis? (Situação em que o aluno deve perceber que comprará o dobro de abacaxis e deverá pagar — se não houver desconto — o dobro, R$ 5,00, não sendo necessário achar o preço de um abacaxi para depois calcular o de 4.)
A partir dessas situações de proporcionalidade, é possível formular outras que vão conferir significados à divisão, associadas às ações “repartir (igualmente)” e “determinar quanto cabe”.
Exemplos associados ao primeiro problema:
·         Marta pagou R$ 24,00 por 3 pacotes de chocolate. Quanto custou cada pacote? (A quantia em dinheiro será repartida igualmente em 3 partes e o que se procura é o valor de uma parte.)
·         Marta gastou R$ 24,00 na compra de pacotes de chocolate que custavam R$ 3,00 cada um. Quantos pacotes de chocolate ela comprou? (Procura-se verificar quantas vezes 3 cabe em 24, ou seja, identifica-se a quantidade de partes.)
Num terceiro grupo, estão as situações associadas à configuração retangular.
Exemplos:
·         Num pequeno auditório, as cadeiras estão dispostas em 7 fileiras e 8 colunas. Quantas cadeiras há no auditório?
·         Qual é a área de um retângulo cujos lados medem 6 cm por 9 cm?
Nesse caso, a associação entre a multiplicação e a divisão é estabelecida por meio de situações tais como:
·         As 56 cadeiras de um auditório estão dispostas em fileiras e colunas. Se são 7 as fileiras, quantas são as colunas?
·         A área de uma figura retangular é de 54 cm2. Se um dos lados mede 6 cm, quanto mede o outro lado?
Num quarto grupo, estão as situações associadas à ideia de combinatória.
Exemplo:
·         Tendo duas saias — uma preta (P) e uma branca (B) — e três blusas — uma rosa (R), uma azul (A) e uma cinza (C) —, de quantas maneiras diferentes posso me vestir?
Analisando-se esses problemas, vê-se que a resposta à questão formulada depende das combinações possíveis; no segundo, por exemplo, os alunos podem obter a resposta, num primeiro momento, fazendo desenhos, diagramas de árvore, até esgotar as possibilidades:
(P, R), (P, A), (P, C), (B, R), (B, A), (B, C):
Esse resultado que se traduz pelo número de combinações possíveis entre os termos iniciais evidencia um conceito matemático importante, que é o de produto cartesiano.
Note-se que por essa interpretação não se diferenciam os termos iniciais, sendo compatível a interpretação da operação com sua representação escrita. Combinar saias com blusas é o mesmo que combinar blusas com saias e isso pode ser expresso por 2 x 3 = 3 x 2.
A ideia de combinação também está presente em situações relacionadas com a divisão:
·         Numa festa, foi possível formar 12 casais diferentes para dançar. Se havia 3 moças e todos os presentes dançaram, quantos eram os rapazes?
Os alunos costumam solucionar esse tipo de problema por meio de tentativas apoiadas em procedimentos multiplicativos, muitas vezes representando graficamente o seguinte raciocínio:
·         Um rapaz e 3 moças formam 3 pares.
·         Dois rapazes e 3 moças formam 6 pares.
·         Três rapazes e 3 moças formam 9 pares.
·         Quatro rapazes e 3 moças formam 12 pares.

Levando-se em conta tais considerações, pode-se concluir que os problemas cumprem um importante papel no sentido de propiciar as oportunidades para as crianças, do primeiro e segundo ciclos, interagirem com os diferentes significados das operações, levando-as a reconhecer que um mesmo problema pode ser resolvido por diferentes operações, assim como uma mesma operação pode estar associada a diferentes problemas.

O algoritmo da multiplicação
(Pró-letramento)

Dividiremos a etapa de aprendizagem do algoritmo da multiplicação em três estágios. Trabalhar com os alunos diferentes registros e representações pode ajudá-los a compreender as regras do algoritmo. Como na adição e na subtração, enfatizamos que o algoritmo (às vezes chamado de “conta em pé”) só precisa começar a ser utilizado para multiplicações nas quais um dos fatores tem mais do que um algarismo. Multiplicações entre números de apenas um algarismo são fatos básicos (tabuada) e o algoritmo não ajuda a encontrar seu resultado.
1° estágio – Observe como podemos representar a multiplicação de 36 por 4.
Faça a seguinte arrumação na conta:




Pergunte aos alunos:
- “Que resultado obtivemos depois que multiplicamos 4
por (30+6)?”
- “O que precisamos fazer com os resultados 24 e 120
para encontrar o resultado desta multiplicação?”
O aluno deve concluir que é preciso somar estes dois resultados parciais, recorrendo ao
algoritmo da adição.
Com apoio de material concreto você pode ajudar seus alunos a compreenderem que multiplicamos
6 unidades por 4 e 3 dezenas também por 4 e que, depois, juntando os resultados encontrados
(120 e 24) chegamos ao resultado, 144.

A partir destas experiências, resta apenas associá-las ao registro formal do algoritmo da multiplicação, escrevendo os resultados parciais de forma conveniente para o uso do algoritmo da adição.
2° estágio – Incentive o cálculo mental
Nesse estágio, a criança já deve ter fixado todo o desenvolvimento do processo para que possa efetuar mentalmente algumas operações.



Por exemplo:
Para multiplicar 32 por 6, efetue a operação com a criança, mostrando que ao multiplicarmos o 6 por 2, escrevemos como resultado parcial apenas as duas unidades, guardando mentalmente a dezena do produto 12. Explique que esta dezena será adicionada às outras dezenas do produto, quando multiplicarmos as 3 dezenas por 6.


3° estágio – Multiplicação por números de dois dígitos
Nesta última etapa, veremos o algoritmo da multiplicação de dois números, cada um deles representado no SDN por dois algarismos. Neste momento, as crianças já devem ter uma base para aprender o algoritmo, o que inclui um mínimo de novas técnicas.
Por exemplo:
Vamos calcular o produto de 43 por 27.
Iniciamos por fazer o produto 7 x 43.
Faça essa etapa com as crianças, mostrando que estamos multiplicando sete unidades por 43 e que o processo é igual ao da etapa anterior.


Efetue, agora, o produto das duas dezenas que será adicionado ao produto das unidades. Dê muita ênfase ao valor do 2 no número 27, ou seja, enfatize que ele representa 2 dezenas; logo, nessa segunda multiplicação, estaremos multiplicando o 3 por duas dezenas e obteremos 6 dezenas, que devem ser colocadas na ordem das dezenas. Em seguida, mostre que ao multiplicarmos as duas dezenas por 4 dezenas acharemos 8 centenas, as quais devem ser colocadas na ordem das centenas.

O desenvolvimento deste algoritmo deve ser feito através de muitos e variados exercício.

O algoritmo da divisão por subtrações sucessivas

O processo das subtrações sucessivas é uma opção para se efetuar a divisão, e tem como ponto de partida a relação que existe entre a subtração e a divisão. Optamos por apresentá-lo neste fascículo para enriquecer e ampliar seu conhecimento sobre a divisão. Consideramos que este algoritmo também é uma boa opção para alunos que tenham dificuldades na compreensão e utilização do algoritmo da divisão, apresentado através dos processos longo e abreviado. Quando o processo das subtrações sucessivas é bem explorado, a criança consegue efetuar as etapas necessárias com segurança e estabelece mais facilmente relações com o algoritmo longo da divisão, o que contribui para a compreensão de todo o processo.
Apresente o esquema do algoritmo (escreva apenas o 18 e o 3) e converse sobre a forma como ele se apresenta. Paralelamente, dê 18 objetos para os alunos e peça que formem grupos de três elementos. Peça que tirem um grupinho de três elementos de cada vez, e pergunte.
“Quantas vezes você tirou grupos de três elementos?” (6)
Numa primeira apresentação do algoritmo pelo processo das subtrações sucessivas registre com seus alunos cada uma das vezes que retirarem um conjunto de 3 elementos, fazendo perguntas que relacionem a ação sobre os objetos e o registro.
- “Como descobriremos quantos objetos você retirou, se você retirou uma vez 1 conjunto?” (multiplicando 1 por 3).
- “Quantos objetos você tirou?” (3).
- “Que devo fazer para saber com quantos objetos você ficou?” (subtrair 3 de 18).
- “Posso continuar tirando grupos de três, agora que tenho 15 objetos?”
(sim) ... continue ...
- “Agora, que você não pode mais tirar nenhum grupo de 3, responda: quantas vezes você tirou um conjunto de três?” (6)
- “Que operação você fez para achar essa quantidade?” (adição dos “uns”)
Observação: repita as perguntas até se esgotarem todas as possibilidades de se retirarem grupos de três, observando as quantidades restantes e fazendo o registro no algoritmo depois de cada pergunta; não o apresente pronto como está ilustrado acima.
Depois de algumas atividades como esta e entendido o processo, pergunte:
“Será que é necessário tirar apenas um grupo de três de cada vez?”
Peça que os alunos peguem outra vez 18 objetos e que formem alguns grupos de 3 para retirar de uma só vez. Vamos “fazer de conta” que um aluno sugira começar tirando 4 grupos de 3 objetos de 18.
Registre:


- “Quantas vezes você tirou grupos de 3 elementos?” (4)
- “Que operação você deve fazer para saber quantos objetos tem que retirar?” (multiplicar 4 por 3)
- “Que operação você tem que fazer para saber quantos objetos sobraram?” (subtrair 12 de 18)
Quantos objetos você tem agora?” (11)
- “É possível ainda fazer grupos de 5?” (sim)
- “Quantos?” (a criança a essa altura deve perceber que, com 11, só é possível fazer 2 grupos de 5)
A cada passo, continue registrando no quadro o que se faz concretamente:
“Quantos objetos você tem agora?” (6)
“Com essa quantidade você ainda pode formar conjunto de 3?” (posso)
“Quantos?” (2) “Então, quantas vezes você vai retirar um conjunto de 3?” (duas)
- “Que operação você deve fazer para saber quantos objetos retirou?” (2 x 3)
- “Que operação você deve fazer para saber quantos objetos sobraram?” (6 – 6)
- “Quantos objetos você tem agora?” (nenhum)
- “É possível fazer novos grupos de 3?” (não)
- “Que operação você deve fazer para calcular o número total de vezes em que você retirou grupos de 3, de 18?” (4 + 2)
Só depois que as crianças estiverem familiarizadas com a técnica do algoritmo, que se baseia em subtrações repetidas, e utilizarem os fatos básicos já conhecidos, é que estarão prontas a aprender situações mais complexas da divisão, como por exemplo, uma divisão de 86 por 5.
Escreva no quadro-de-giz:

Pergunte:
- “Alguém sabe quantos grupos de 5 temos no número 86?” (vamos supor que tenham dito 8)
- “Vamos ver se está correta a resposta. Quantos grupos de 5 você formou?” (8)
- “Que operação você deve fazer para saber quantos objetos você tem que retirar?” (multiplicar 8 por 5)
- “Que operação você tem que fazer para saber quantos objetos sobraram?” (subtrair 40 de 86)


- “Quantos objetos você tem agora?” (46)
- “Com essa quantidade, você ainda pode formar grupos de 5?” (posso)
- “Quantos?” (supor que tenham sido 7)
- “Quanto você vai retirar de 46 então?” (7x5 = 35)
- “Que operação você deve fazer para saber quantos objetos sobraram?”
(subtrair 35 de 46)


“Quantas vezes você retirou agora um conjunto de 5?” (duas)
- “Que operação você deve fazer agora para saber quantos objetos sobraram?”
(subtrair 10 de 11)
- “Quantos objetos você tem agora?” (1)
“É possível ainda fazer grupos de 5?” (não)
- “Que operação você deve fazer para calcular o número total de vezes em que você retirou grupos de 5, de 86?” (adicionar 8, 7 e 2, obtendo 17)